Ambiente Virtual de Aprendizagem na Formação Continuada de professores: Contextos & Aplicações
Ana Claudia Lemes de Morais
SEMECETEL – Secretaria Municipal de Educação
Cultura, Turismo, Esporte e Lazer - Nova Olímpia MT
aclmoraes@hotmail.com
RESUMO
O presente artigo traz reflexões sobre uma experiência em formação continuada realizada em AVA, utilizando o Moodle como ferramenta mediadora de ensino e a ambiência do Portal Educação Nanet. A pesquisa trabalhou com uma pequena amostra retirada do universo de professores de Nova Olímpia que, de forma implícita, apresentava certo descontentamento com as práticas de formação realizada em seus ambientes escolares. Procurou-se na experiência desenvolver uma formação em EAD, com apenas um momento presencial, cujo tema, “Informática na Educação – Introdução” teve como abordagem um conhecimento histórico, legal, teórico e prático com a apresentação de um software HQ, recurso passível de adaptação a qualquer ambiente informatizado. Além do inconformismo de professores em relação a formação continuada, a escolha do tema surge em consequência de problemas vivenciados quanto ao uso da tecnologia nos ambientes escolares, viabilizada, muitas vezes, pela falta de conhecimento do professor sobre os vários recursos existentes, gerando práticas caracterizadas como automação ou informatização de conteúdos. Pesquisas revelam que enquanto professores apresentam um conhecimento sobre ferramentas tecnológicas, falta-lhes o conhecimento didático-pedagógico ou vice-versa. Sabe-se também que o professor ao utilizar as tecnologias, desafia e é desafiado a pensar e refletir, com isso o erro passa a ter mais valor na construção do conhecimento. Como forma de amenizar a situação, estudos apontam uma formação fundamentada em conhecimentos técnicos e pedagógicos, que procure auxiliar o professor quanto as suas resistências implícitas. A ênfase dada na pesquisa procura auxiliar situar e responder parte destes problemas, além de realizar informalmente análises de aspectos qualitativos e quantitativos de elementos como: participação, interação, aplicabilidade, aceitação ou aversão ao novo modelo de formação. São análises de difícil generalização, mas que podem subsidiar e fortalecer as práticas de formação, valorizando os contextos e suas diferenças. A realidade social demanda um perfil profissional que se aproprie do conhecimento e saiba manipulá-los para seu próprio crescimento, contudo, quaisquer conclusões a respeito deverão ser criteriosas. Certamente a formação continuada do professor continua sendo o meio mais evidente de consolidação do processo de ensinagem, contudo, se forem considerados os contextos, as ambiências e estruturas organizacionais.
Palavras-chave: Formação Continuada - Ambiente Virtual - TICs
Ambiente Virtual de Aprendizagem na Formação Continuada de professores: Contextos & Aplicações
INTRODUÇÃO
Desde a década de 80 o governo federal trabalha na incorporação das tecnologias na educação, analisando contextos e aplicações pedagógicas. Tivemos no início dessa implantação os programas: Educom, Formar, Cied e o atual Proinfo, todos com ações que focalizaram inicialmente a formação do professor. Três décadas se passaram e ainda questionam-se os resultados destas ações iniciais. Os programas proporcionaram o retorno esperado à sociedade? As escolas atenderam ou atendem a sua demanda com mais qualidade? Os professores sentem-se preparados para uma abordagem pedagógica, valendo-se das tecnologias? Todos esses questionamentos nos remetem a uma análise mais profunda. São visíveis os avanços ocorridos nas últimas décadas. De forma emergencial, muitas escolas estão sendo equipadas com diferentes recursos tecnológicos. Experiências pedagógicas com as TICs apontam uma melhoria na qualidade do ensino e o Ministério da Educação passa a oferecer formação continuada nas modalidades presencial, semipresencial e também à distância.
Segundo Corrêa (2007)
Devido à preponderância deste caráter emergencial, identificamos uma apropriação da EAD de forma reduzida sem considerar a contextualização dos processos de aprendizagem. Uma abordagem mais contextualizada da EAD romperia com a oposição do ensino presencial e permitiria, de fato, investirmos nos processos educativos, como um todo, mediados por diferentes tecnologias e diferentes níveis de presencialidade.
Essa forma reduzida de apropriação da EAD constatada por Corrêa (2007) começa a mudar seu panorama neste século da informação.
CORDEIRO (2007) afirma que,
Na educação, a imersão das novas tecnologias traz consigo questionamentos sobre a função do professor que merece ser visto como mais um desafio a sua atualização, competências e habilidades. (apud CORRÊA, 2007)
De fato não podemos mais negar a tecnologia, principalmente hoje com a rede mundial de computadores democratizada e de fácil acesso. Com uma sociedade tão dinamizada, profissionais passam a perceber a necessidade de se apropriar dos estudos na modalidade à distância, organizando seus estudos de acordo com horários disponíveis e interagindo e colaborando com suas experiências. Percebemos que a EAD de hoje possui muito mais recursos e qualidade de antes, são poucas as diferenças entre o ensino presencial e o ensino a distância.
Leituras, pesquisas, análises e reflexões nos mostram que os resultados das experiências presenciais e a distância, bem como seus produtos, deverão ser materializados dentro de cada ambiente escolar, respeitando as dificuldades, organizações, estruturas e políticas educacionais nos seus diversos contextos. Ainda que nos modelos de incorporação das TICs, nenhuma delas tragam respostas quanto ao fortalecimento desta prática, nem sobre o perfil profissional do professor desta nova sociedade, a comunidade escolar deverá realizar essa busca investigando as possibilidades e alternativas de fortalecimento dessa incorporação.
Trata-se de um desafio a ser superado através da formação inicial ou continuada do professor, desde que contemple as suas dificuldades técnicas e pedagógicas, além da organização de suas estruturas e mediação pedagógica.
A experiência “Ambiente Virtual de Aprendizagem na Formação Continuada de professores” procurou seguir as concepções descritas, prevendo uma mudança de estágio e uma possível mudança de postura quanto ao uso das TICs nos ambientes escolares do município de Nova Olímpia MT, mediados pela EAD e plataforma Moodle.
O perfil docente do século XXI
No cenário educacional do século 21, novos desafios surgem. Propostas educacionais pautadas em velhos paradigmas ficam à margem desta nova sociedade, caracterizada por Costells (1996) como a “Sociedade da Informação”. As informações são democratizadas e de fácil acesso, nas quais demandam um novo perfil profissional, ou seja, um trabalhador do conhecimento (Drucker, 1993), aquele que além de saber aprender consiga trabalhar, buscar, colaborar e construir informações para seu próprio crescimento. Não cabe mais o “empurrar” a informação, a tendência situa-se no “puxar” (Valente 2007), de passivo conhecedor passa a ser ativo pesquisador e orientador da própria aprendizagem.
Todas as ações voltadas a este novo cenário definem o novo perfil profissional atual, uma postura denominada por Valente (2007) como a mudança para um estágio superior. Para mudar de estágio o profissional deverá refletir sobre sua prática e direcionar suas ações para a busca da construção e, ao atingir este estágio, o professor será capaz de ter autonomia sobre seu próprio aprendizado, saberá intervir e melhorar continuamente o seu desempenho no sentido de obter maior produtividade e melhor qualidade (VALENTE, 2007).
Segundo Gonzales (2005), é da natureza humana a evolução constante, e essa evolução se processa por etapas. Engatinhar para depois andar e correr. Saltar para depois voar. Assim acontece na formação, engatinhamos na busca deste perfil que permite a mudança para um estágio superior.
De acordo com PINO (2008),
O impacto dessas tecnologias no setor da educação, ao mesmo tempo que sacode antigas convicções e velha práticas pedagógicas, não consegue despertar nos profissionais da educação uma análise objetiva e corajosa para poder estabelecer as novas fronteiras que essas tecnologias abrem ou as velhas que elas fecham (PINO, apud DURAN, 2008, 49-50)
Mesmo com a afirmação de PINO (2008) sobre o “não despertar do professor”, devemos observar as grandes iniciativas e trabalhos realizados nas instituições escolares por meio das TICs que merecem o seu devido respeito. Ao considerar fatos e experiências, é preciso fazê-lo criteriosamente, nem sempre essa mudança de estágio depende apenas do professor ou da sua formação continuada, existem outros fatores como: estruturas, organização e políticas educacionais.
O novo contexto demanda profissionais que se apropriem do conhecimento (...) técnico-pedagógico (MORAN, 2005), para que, enfim, incorpore as TICs na sua prática, modificando e inovando os processos de ensinagem (ANASTASIOU, 2005). Dessa forma, um dos meios possíveis para a essa apropriação e incorporação, ainda se encontra na formação de professores, seja ela inicial ou continuada. A formação é apenas um passo na direção desse novo estágio e passa a ser preocupação dos sistemas de ensino, do MEC e, até mesmo, do próprio docente.
RESISTÊNCIAS... DE IMPLÍCITAS PARA EXPLÍCITAS
São muitas as tarefas do professor nesse novo cenário. O que fazer para atender à todas elas e ainda situar-se nesse novo contexto tecnológico. Alunos produzem vídeos, slids, podcast e participam de várias redes sociais, advindas da internet e fazem tudo a partir de uma busca individual, sem muito esforço e sem a obrigação de fazê-lo. Por que, nós professores, não utilizamos essa motivação dos alunos em prol do processo de ensinagem? A resposta a essa pergunta é...”porque não sabemos”, e quando sabemos algo a respeito não temos a estrutura ou apoio necessário ao desenvolvimento da prática. O implícito da resistência está no “não conhecer”. Se não conheço as formas de adequar pedagogicamente as ferramentas ao ensino ministrado, como utilizar as tecnologias?
Valente enfatiza que... “O melhor é quando os conhecimentos técnicos e pedagógicos crescem juntos, simultaneamente, um demandando novas idéias do outro” (VALENTE, 1999)
FEITOSA (2001) esclarece que a resistência pode ser ocasionada pela falta de uma formação que observasse os ciclos de aprendizagem do professor, subdivididos em (...) capacitação – exercitação – planejamento de novas ações (FEITOSA, 2001).
O conhecimento técnico é necessário e quando assimilado ao pedagógico pode trazer ótimos resultados. Observa-se que ao percorrer o ciclo o professor amplia suas possibilidades de incorporação e com a alfabetização tecnológica (SAMPAIO, 1999) do professor. (...), diminuirá em parte a sua insegurança (FEITOSA, 2001), deixando explícitas suas resistências, direcionando seus passos para uma possível ruptura com velhos paradigmas.
CONTEXTUALIZANDO O CENÁRIO DA FORMAÇÃO
Não há como negar as tecnologias. Nesta última década, elas surgem com mais propriedade e o seu domínio chega a lugares jamais esperados. A rede mundial de computadores e de comunicação cresce consideravelmente em nosso país, abrangendo pessoas de diversas culturas. Com a web 2.0 surgem recursos que possibilitam a interação, a colaboração, a criatividade e principalmente a aprendizagem, seja ela a distância ou presencial. A EAD, por exemplo, que antes era considerada uma atividade solitária, hoje, com a internet, cria grupos de aprendizagem e interação, que se desenvolvem no âmbito de plataformas, (...) substitui a interação pessoal, pela ação sistemática e conjunta de diversos recursos didáticos e o apoio de uma organização tutorial, que propiciam a aprendizagem autônoma dos estudantes (ARETIO: 2002, apud SARTORI).
Ambientes virtuais de aprendizado fazem parte do cotidiano de formação de professores pelo país, especialmente nestes últimos anos, em que o ensino pode ser mediado por tecnologias de interação e a distância, adequando-se aos horários de pessoas interessadas em construir seu próprio conhecimento.
Tudo sinaliza uma mudança radical nas formas de ensinar e aprender, que organizada pedagogicamente poderá trazer grandes benefícios à educação.
Ao mergulhar no cotidiano dos professores, como educadora virtual, foi possível desafiá-los e incentivá-los ao novo, ampliando e consolidando experiências de incorporação das tecnologias. Atendendo de certa forma o inconformismo apresentado e enriquecendo o perfil do professor na direção de um estágio superior.
De acordo com Echeverría (2000)
Usar as TICs não é apenas transmitir informações e conhecimentos pelas novas tecnologias, mas também capacitar as pessoas para que possam mover-se e intervir no espaço telemático, neste ambiente de ensino/aprendizagem ampliado.(apud CORRÊA, 2007)
Durante a formação foram utilizados dois cenários, um presencial e outro à distância. No modelo presencial foi utilizado um laboratório da rede municipal de ensino, com objetivo de ambientar os professores e teve a duração de quatro horas. Nesse momento os participantes puderam manipular e interagir com as ferramentas disponíveis no Moodle. Por ser uma plataforma de software livre, o curso não teve custo algum ao usuário.
Nos momentos à distância o participante ambientou-se de acordo com a sua disponibilidade em horas semanais, obedecendo aos prazos definidos na plataforma e realizando todas as atividades dentro do ambiente. Momento que reconheceu o cursista em rede de acordo com as suas interações e participações no ambiente.
A EAD surge na experiência como suporte de interação para o desenvolvimento da proposta no desenvolvimento da linguagem, através da manipulação de um software HQ, cuja pretensão maior foi apresentar aos professores um novo modelo de formação e, ao mesmo tempo, contribuir com um tema que de fato, pudesse atender algumas das suas necessidades.
DA ESTRUTURA À ANÁLISE DA FORMAÇÃO
Na elaboração do curso a abordagem seguiu uma concepção pedagógica que levasse o cursista a refletir, interagir com o conhecimento teórico e prático, relacionando ao seu contexto. Na concepção de Gutierrez e Prieto (1994), o segredo de uma proposta em EAD está na organização do material, no tratamento pedagógico que é dado as informações e imagens, principalmente na mediação pedagógica.
A estrutura seguiu um plano de ensino que dividiu-se em unidades e seções. A cada unidade a abordagem preocupou-se com a orientação dos alunos quanto as informações, apresentação do conteúdo, explicação dos tópicos e atividades. Essa estrutura contou também com título, introdução, corpo e finalização, assim como sugerido por Franco (apud Corrêa, 2007). A avaliação de cada unidade foi proposta através de atividades como: quiz, produção de texto coletivo, fórum, auto-avaliação e portfólio. Os textos além de considerar a aprendizagem do cursista abordaram uma comunicação clara e detalhada.
Toda a elaboração e estrutura seguiu a característica da instrução programada sem moldura, sugerida por wolfran (1997) conceituada como,
Produção de material escrito de maneira dialógica que permita ao aluno ter clareza dos conceitos abordados, dos argumentos utilizados e da estrutura da unidade. O conteúdo deve ser apresentado passo a passo e o material deve oportunizar a revisão e a reflexão por meio de atividades motivacionais e instrucionais.(apud CORRÊA, 2007)
Em todo o desenvolvimento da proposta procurou-se, de forma clara, orientar os participantes em todos os seus passos de ambientação, encorajando-os, motivando-os na interação com muita comunicação síncrona[1] e assíncrona[2].
A formação defendida aqui não oferece modelos, tampouco padrões que venham provocar a necessidade de unir conhecimentos novos à sua prática pedagógica, mas prevê a mudança de estágio através de outros caminhos, aqueles que considerem nos seus contextos as suas estruturas.
Análise informal da experiência
A análise aqui, denominada como informal, justifica-se pelo fato de não fazer parte de nenhuma pesquisa científica e também por não ter no seu desenvolvimento a utilização de instrumentos científicos para análise. Trata-se de uma análise validada por dados observados e arquivados na própria plataforma no endereço: https://www.educacaonanet.com.br/professores/
A experiência que teve início em setembro de 2009 com término em novembro, no município de Nova Olímpia MT e contou com o apoio da Secretaria Municipal de Educação. A carga horária do curso foi de 40 horas aos cursistas que obtiveram acima de 75% de participação nas atividades propostas.
A idéia surge como amadurecimento de um trabalho iniciado no TCC da graduação e no descontentamento de professores quanto aos modelos de formação ministrados no município. Outra preocupação que motivou essa formação relaciona-se a preparação dos professores para a utilização de AVAs, considerando que a utilização destes ambientes tem crescido muito nos últimos anos em cursos semipresenciais e a distância, ofertados na Plataforma Freire e outras instituições.
O tema “Informática na Educação – Introdução” surge com o propósito de auxiliar o professor na possível incorporação das TICs à sua prática. O curso contou com 52 professores inscritos, retirados de um universo de 159 professores da rede municipal de ensino e apoio de 2 moderadores, além do educador virtual (tutor). De 52 professores inscritos, 35 chegaram ao final com certificação e 6 não a obtiveram por insuficiência de carga horária nas atividades relacionadas, ou seja, 78,8% chegaram até o fim, destes 67% concluíram efetivamente.
A taxa de evasão foi de 21,2%, uma taxa baixa considerando que apenas 3,84% desses professores tinham conhecimento da plataforma Moodle e os outros, que corresponde a 96,16% nunca haviam se ambientado.
No decorrer do curso foram quantificados 13.485 acessos com 12,5% de mensagens dos participantes, entre fóruns e atividades de comunicação síncrona e assíncrona, disponibilizados na plataforma. Percebe-se com estes dados a pouca interação entre os participantes e, analisando o fato, é possível constatar que na ambientação os cursistas apenas respondiam ao fórum e atividades, realizando todas as leituras, porém não interagindo com respostas e opiniões. Análise realizada pelos próprios professores na auto-avaliação.
De todos os desafios enfrentados durante o curso, dentre os mais problemáticos observamos na parte física: o download do HQ; a dificuldade em acesso a internet e a interação entre os cursistas. Uma falha apontada por motivos de orientação e inexperiência dos 96,16% de iniciantes. O percentual de evasão, de acordo com depoimentos, configurou-se em: falta de tempo, falta de conhecimento em informática, pouca habilidade na ambientação e problemas com conexão.
Dentre as vantagens observadas podemos citar: a flexibilidade dos horários; a possibilidade de maior interação; a troca de experiências; a ampliação da leitura, escrita, produção, interpretação e criatividade do cursista e o atendimento a um número maior de professores, com custo mínimo ao município.
Todas as vantagens e desafios sinalizam mudanças. Estamos diante de uma sociedade que promete muitas inovações, entre elas a incorporação das TICs tanto para ensinar, como também para aprender.
Hoje, professores são capacitados através dos ambientes virtuais. Um fato que comprova o vasto crescimento da EAD no país, sugerindo à sociedade atual novas perspectivas nos caminhos da formação continuada do professor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A experiência apresentada aqui não procura definir normas ou caminhos a serem seguidos. Apesar de possuir uma estrutura linear, ela surge como uma idéia a ser adaptada a cada contexto, quem sabe até diminuir o inconformismo de professores quanto às formas e modelos de formação utilizados atualmente. Um modelo que oportuniza aos docentes que, em função da sua carga horária exaustiva, não consegue participar de formações e muito menos interagir e trocar experiências com colegas. O mais interessante é que a interação poderá ultrapassar fronteiras, partindo da esfera municipal, para quem sabe, a estadual e nacional.
Ao propor o modelo não existe inovação alguma, porque a modalidade EAD existe há alguns anos e ressurge com mais ênfase depois do Decreto nº 5.622 de 19/12/2005, que cobra dos sistemas uma maior institucionalização.
Como o objetivo da pesquisa foi investigar a motivação dos professores quanto a um novo modelo de formação, consideramos que a experiência aprimorou, em parte, o perfil profissional do professor, integrando o grupo, incentivando a produção e exercitando o aprendizado, de certa forma, vencendo algumas das suas resistências.
Para que o produto do aprendizado alcançasse realmente o anseio dos participantes seria necessária uma reestruturação na gestão dos ambientes TICs.
Contudo é preciso ter cuidado ao generalizar práticas, pois nem sempre o problema de incorporação e consolidação das novas tecnologias situa-se na formação continuada. Não basta apenas formar professores é preciso conceder-lhes tempo, estrutura e apoio para a organização desta prática de incorporação.
São análises, reflexões e resultados de (...) difícil generalização (ALONSO, 2005) pelo fato de considerar um contexto propriamente dito, entretanto, poderão contribuir a outras idéias de formação. Um trabalho que propõe uma caminhada maior com desafios a serem superados, tendo como princípio a formação inicial ou continuada do professor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALONSO, Kátia Morosov. Formação de professores em exercício, educação à distância e a consolidação de um projeto de formação: o caso da UFMT. 2005. 322 p. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Estadual de Campinas.
ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos e ALVES, Leonir Pessate. Estratégias de Ensinagem.
Processos de ensinagem na universidade: pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. 6 ed. Joinville, SC: Univille, 2006. (Cap. 3) p.67-100.
CORRÊA, Juliane (organizadora). Educação à distância: orientações metodológicas – Porto Alegre: Artmed, 2007 104 p.
DURAN, Marília Claret Geraes. Tecnologias, novas tecnologias e educação: um mapeamento da produção acadêmica sobre o tema, Cadernos de Educação – Reflexões e Debates, São Bernardo do Campo, Umesp, n. 14, p. 38-52.2008.
FEITOSA, S. T. Informática na Educação: novas ferramentas pedagógicas para o professor da atualidade –São Paulo: Érica. ed.renovada, 2001.
GONZALES, Mathias. Fundamentos da Tutoria em Educação a Distância – São Paulo: Editora Avercamp, 2005.
MORAN, J.A. “Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 13ª. ed. Campinas, SP: Papirus Editora, 2005.
SAMPAIO, M.N. “Alfabetização Tecnológica do professor” /Marisa narciso Sampaio, Lígia Silva Leite.__Petrópolis, RJ:ed.Vozes, 1999.
SARTORI, A. S.; ROESLER, J. “Estratégias de produção de material escrito na EAD: do impresso ao digital”. Acesso em: jul.09
VALENTE, J.A. O Computador na Sociedade do Conhecimento – A Coleção Informática para mudança na Educação-1999. MEC-SED-PROINFO.
_________, José Armando, Aprendizagem na era das tecnologias digitais. 2007.ed.Cortez
[1] Comunicação online realizada em tempo real, como chat e videoconferência.
[2] Comunicação online realizada com uma defasagem de tempo, como fórum, lista de discussão, mural, wikis.